quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

PROJETO FINAL PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA






GERÊNCIA REGIONAL DE EDUCAÇÃO
SÃO MIGUEL DO OESTE




PROJETO FINAL
PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA



TECNOLOGIA ASSISTIVA








ATORES:

BEATRIZ FATIMA NAUE
CÉLIA BIANCHI
GISLEY FRANCISCO BARETTA
JOVECI LURDES VIDORI
LURDES DE FATIMA FAOTTO
ROSANGELA FIAMETI








                                                                               Novembro/2015





1- INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem por objetivo abordar os principais conceitos aprendidos no decorrer do curso: O Uso Pedagógico Dos Recursos De Tecnologia
Assistiva.Reportando a História da Inclusão no Brasil, os Marcos Legais,Políticos e Pedagógicos da Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, pode-se perceber que durante séculos, a pessoa com deficiência foi tratada como um peso para a família, como miseráveis que deveriam permanecer escondidos. Mas ao longo dos tempos, houve mudanças enormes na atenção dada à pessoa com
deficiência.
A Educação Especial no Brasil teve início no século XIX a partir da preocupação em oferecer atendimento a pessoas com deficiência. Assim, surgiu o interesse na criação de instituições educacionais direcionadas a essas pessoas.
No texto da linha do tempo mostra os principais marcos da inclusão. A Educação Especial no Brasil é marcada por dois períodos distintos, segundo Bernardes (2006):
De 1854 a 1956 – Período marcado por iniciativas oficiais e particulares
de maneira isolada. Surgimento do Imperial Instituto dos Meninos Cegos e o Imperial
Instituto dos Meninos Surdos, atual Instituto Benjamin Constant e Instituto Nacional de Educação para Surdos, respectivamente; De 1956 até a atualidade – Educação Especial é caracterizada por iniciativas públicas em âmbito nacional.
Nesse contexto evolutivo, é relevante ressaltar que a educação
especial está em contínua construção e abrange o conceito de modelos de
integração e inclusão educacional. De fato, é importante esclarecer que integração
não é o mesmo que inclusão (Texto Integração X Inclusão p.1)
Conforme o texto: Inclusão e Escolas Inclusivas “O princípio da
inclusão aponta para uma pedagogia equilibrada, entendendo que as diferenças
humanas são normais e que a aprendizagem deve ajustar-se às necessidades de
cada aluno, diferentemente da concepção do modelo integracionista em que os
alunos deveriam adaptar-se ao ritmo imposto pelo processo educativo. A inclusão no
contexto educacional implica a não exclusão de qualquer aluno da comunidade
escolar e, para tanto, a escola necessita seguir uma política estruturada sobre
princípios da Educação Inclusiva, construindo cultura, políticas e práticas que
valorizam a contribuição ativa de cada aluno, para a construção de conhecimento
colaborativo e compartilhado, atingindo a qualidade acadêmica e sociocultural sem
discriminação ou distinções. Logo, o conceito de integração já pode ser considerado
ultrapassado, abrindo espaço para a atual proposta de Educação Inclusiva”.
“Escola inclusiva é, aquela que garante a qualidade de ensino
educacional a cada um de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e
respondendo a cada um de acordo com suas potencialidades e necessidades.
Assim, uma escola somente poderá ser considerada inclusiva quando estiver
organizada para favorecer a cada aluno, independentemente de etnia, sexo, idade,
deficiência, condição social ou qualquer outra situação. Um ensino significativo, é
aquele que garante o acesso ao conjunto sistematizado de conhecimentos como
recursos a serem mobilizados.” (BRASIL, 2004).
A escola que adota uma postura inclusiva, segundo Sassaki, (2007) é
aquela que providencia as medidas de acessibilidade em suas seis dimensões:
Acessibilidade comunicacional, acessibilidade metodológica, acessibilidade
instrumental, acessibilidade programática, acessibilidade atitudinal e acessibilidade
arquitetônica.
Com este curso ficou claro quem é o público-alvo da Educação
Especial na perspectiva da Educação Inclusiva. São pessoas com deficiências que
se enquadram nas seguintes categorias: física, auditiva, visual, intelectual e múltipla.
Pessoas com Transtorno Global do Desenvolvimento, enquadram-se aqui, alunos
com: Autismo, Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo
da Infância, Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação e
pessoas com Altas Habilidades/Superdotação são aqueles que demonstram
potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas:
intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam
elevada criatividade, grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas
em áreas de seu interesse (BRASIL, 2008).
No nosso dia a dia temos contato com muitas pessoas deste público
alvo. Como estamos vivendo uma política de educação inclusiva, acredita-se que
nossas escolas precisam passar pelas reformas de acessibilidade tendo condições
de trabalho e todos os profissionais deverão ter formação continuada para que
realmente aconteça a verdadeira inclusão.





2- DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO

Para desenvolver este projeto escolhemos a Escola de Educação
Básica Sara Castelhano Kleinkauf, localizada no Município de Guaraciaba, Santa
Catarina onde estuda o aluno Andrey escolhido para o estudo de caso. A escola
atende 754 alunos do Ensino Fundamental e Médio. Desses, 9 alunos que se
enquadram no perfil de público alvo da Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva.
Analisando a escola a partir das seis dimensões, apontamos algumas
situações que favorecem a acessibilidade como: Banheiro adaptado, rampa,
corrimão, bebedouro acessível, lupa, lâmpada, letra ampliada, contraste.
Para atender a proposta de uma escola inclusiva sem barreiras de acordo
com o texto Acessibilidade na Escola para Todos, a escola que o aluno
frequenta atende no quesito Acessibilidade Comunicacional. Quanto à
Acessibilidade Metodológica o aluno é acompanhado por um segundo
professor na sala de aula de ensino regular. Na dimensão de acessibilidade
instrumental também é atendido com os equipamentos necessários de
acordo com suas necessidades. Na Acessibilidade Programática a Escola
procura atender no que é possível mas terá de adequar-se as exigências.
Na Acessibilidade Atitudinal o aluno frequenta uma turma de ensino regular
onde tem boa integração com seus colegas. No que se refere a
Acessibilidade Arquitetônica a escola está se adequando à legislação
gradativamente. O aluno escolhido para o estudo de caso, tem 16 anos. Está
frequentando a 1ª série do Ensino Médio com
deficiência de baixa visão, em grau elevado causada por uma doença progressiva.
No Laudo Médico o aluno apresenta
retinose pigmentar, que é uma doença hereditária e que causa degeneração
da retina. Quanto aos indícios relacionados à deficiência visual do aluno
estudado, conforme Vanderheiden e Vanderheiden (1992), “a deficiência
visual abrange as pessoas que possuem desde visão fraca (ou baixa visão),
passando por aquelas que conseguem distinguir luzes, mas não formas, até aquelas
que não conseguem distinguir sequer a luz”. Para fins de
discussão ou didáticos o aluno observado possui visão subnormal.
Os profissionais envolvidos são o professor do SAEDE – Serviço de
Atendimento Educacional Especializado (que no Estado de Santa Catarina
usa o termo correlato à Sala de Recursos Multifuncional. A sala de recursos
multifuncional é um espaço físico localizado na escola pública de educação
básica. Destina-se ao Atendimento Educacional Especializado – AEE, que é
realizado em turno oposto ao da sala de aula, e tem como público - alvo os
alunos da educação especial na perspectiva da Educação Inclusiva) e
segundo professor. Conversando com a direção da escola, nos colocou que tem
pouca participação da família nesse processo de inclusão escolar, família humilde
e a mãe também com baixa visão. Quanto as dificuldades/limitações, o aluno, diz
que a escola deveria ser mais organizada no sentido de ter mais recursos adaptados
de Tecnologia Assistiva para poder se locomover autonomamente. Não ter tantos
obstáculos no ambiente interno da escola. Potencialidades: O aluno tem boa
memória é comunicativo e tem habilidades para dança e música. Quanto aos
Recursos de Tecnologia Assistiva e/ou adaptações sugere-se incentivar o uso de
bengala, construir maquete com a planta baixa da escola para ele ter noção do
espaço e para conseguir se orientar e se locomover sozinho pela escola, produzir
materiais em braile e adaptar o conteúdo das aulas para facilitar seu processo de
ensino aprendizagem, utilizar os recursos Máquina Braille e alfabeto Braille, utilizar
os recursos de informática e o leitor de tela NVDA para incentivar e facilitar seu
aprendizado. Leitor de tela NVDA (acrônimo para NonVisual Desktop Access): é um
leitor de tela para o sistema operacional Microsoft Windows desenvolvido pela NV
Access, uma organização australiana sem fins lucrativos. Trata-se de um software
livre com código aberto que disponibiliza síntese de voz em diversos idiomas. Uma
característica interessante desse leitor é o fato dele possuir uma versão para
viagem, que pode ser executada a partir de um pen drive, sem haver necessidade
de instalar o programa no computador. Para conhecer mais sobre o projeto, ou fazer
o download do NVDA, basta acessar o seguinte endereço: http://www.nvdaproject.
org/
Na sala de “Serviço de Atendimento Educacional Especializado”, o
aluno utiliza material pedagógico adaptado conforme suas necessidades (textos em
Braille, textos ampliados, figuras em alto relevo, imagens, objetos, jogos educativos
e lúdicos, lupa, lupa eletrônica e outros). Os materiais disponibilizados são
adequados às necessidades dos educandos, Alguns são confeccionados por eles
mesmos e outros que a sala disponibiliza, acreditamos que quando são usados os
mesmos com objetivos e intencionalidade, com certeza promovem uma
aprendizagem significativa.
A professora do SAEDE diz que está enfrentando desafios e busca
integrar softwares educativos aos conteúdos como alternativa no processo de ensino
e aprendizagem, adaptando e buscando atender as necessidades dos educandos.
“Percebe-se que é necessário maior formação, capacitação para poder de fato
integrar com mais qualidade esses novos recursos na educação”(declaração da
professora).
“Estamos caminhando em passos lentos, se compararmos aos
avanços tecnológicos na sociedade. Quanto a tecnologia assistiva, na medida do
possível buscamos fornecer materiais didáticos digitais, com notebook, computador,
lupa eletrônica, entre outros. O aluno demonstra certa dificuldade em relação a letra
e visualização do espaço na tela, também a família não possui recursos para
adquirir certas ferramentas eletrônicas que poderiam auxiliá-lo. Outra dificuldade é
conexão lenta da internet. Acredito que ainda temos muito a avançar nesse sentido,
devemos aprender e dominar as tecnologias para poder integrá-las ao currículo e no
ensino aprendizagem, despertando no aluno o interesse pelo conhecimento
científico”(declaração da professora) . Obs.: O grupo ratifica a declaração da
professora.
Em toda e qualquer área do conhecimento, é visível a importância de
termos acesso a recursos pedagógicos acessíveis e adaptados conforme as
necessidades dos educandos. Além desses recursos que o aluno já utiliza poderia
ser indicado: teclado Braille, teclado adaptado, impressora Braille, novos softwares,
gravador de voz, etc.


3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Uso Pedagógico dos Recursos de Tecnologia Assistiva que
nomina o presente curso, intitula o que nos foi apresentado em forma de materiais
digitalizados, interação entre os colegas e tutores do estudo que estamos a concluir.
Importante para o conhecimento, compreensão e aprofundamento
deste tema, porque permitiu-nos conhecer melhor sobre a Educação Inclusiva.
A interação com os conteúdos disponibilizados no ambiente
contribuíram para conhecer e refletir sobre a temática da inclusão escolar, o público alvo,
os produtos, recursos e serviços da Tecnologia Assistiva (TA) e das
Tecnologias de Informação e Comunicação(TIC). Ressaltamos a importância que foi
participar e acompanhar os depoimentos dos colegas nos fóruns através dos seus
relatos de experiências.
De acordo com as falas apresentadas, observa-se que existe a
consciência de que para efetivar realmente o processo de inclusão é necessário que
não só o aluno com deficiência seja incluído, mas que a escola esteja preparada,
não só com a estrutura física, mas em materiais e recursos pedagógicos adequados.
É preciso também que o professor esteja disposto a receber esse aluno com as suas
particularidades, e busque os recursos de TA necessários, que em muitas vezes,
estão a seu alcance. Observa-se que ainda há muito que se fazer para que o aluno
com deficiência seja realmente incluído na escola regular, contudo percebemos o
avanço da tecnologia cada vez mais rápido, e com ela a necessidade de os
professores se inserirem nesse novo contexto, trazendo o uso das TICs nas práticas
pedagógicas e os recursos de acessibilidade devem ser utilizados na sua correta
aplicação em alunos com necessidades especiais, respeitando as diferenças e a
realidade de todos os envolvidos.


4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Projeto Escola Viva - cartilha 01:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha01.pdf Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI):
http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=290&Itemid=
816 A Educação no Brasil: da Exclusão à Inclusão Escolar:
https://moodle.ifrs.edu.br/course/view.php?id=16&section=2
http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/a-educacao-no-brasil-da-exclusao-ainclusaoescolar/
As Primeiras Ações e Organizações Voltadas para as Pessoas com Deficiência:
http://www.bengalalegal.com/asprimeiras-historia-pcd
BERNARDES, A. O. Da integração à inclusão, novo paradigma. Revista Educação
Pública, 2006. Disponível em: . Acesso em: maio
2013.https://moodle.ifrs.edu.br/mod/resource/view.php?id=897
SASSAKI, R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
WVA, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília:
MEC/SEESP, 2008.https://moodle.ifrs.edu.br/mod/resource/view.php?id=932
05_Conhecendo a Deficiência visual.pdf
VANDERHEIDEN, Gregg C.; VANDERHEIDEN, Katherine, R. Accessible design of
consumer products. Guidlines for the design of consumer products to increase their
acessibility to the people with disabilities or who are aging. Ad-Hoc Industry
Consumer. University of Wisconsin, Madison, USA, 1991.































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