GERÊNCIA
REGIONAL DE EDUCAÇÃO
SÃO
MIGUEL DO OESTE
PROJETO
FINAL
PROPOSTA
CURRICULAR DE SANTA CATARINA
TECNOLOGIA
ASSISTIVA
ATORES:
BEATRIZ
FATIMA NAUE
CÉLIA
BIANCHI
GISLEY
FRANCISCO BARETTA
JOVECI
LURDES VIDORI
LURDES
DE FATIMA FAOTTO
ROSANGELA
FIAMETI
Novembro/2015
1- INTRODUÇÃO
O presente trabalho
tem por objetivo abordar os principais conceitos aprendidos no
decorrer do curso: O Uso Pedagógico Dos Recursos De Tecnologia
Assistiva.Reportando a História
da Inclusão no Brasil, os Marcos Legais,Políticos e
Pedagógicos da Educação Especial na Perspectiva Inclusiva, pode-se perceber que durante
séculos, a pessoa com deficiência foi tratada como um peso para a família, como
miseráveis que deveriam permanecer escondidos. Mas ao longo dos tempos,
houve mudanças enormes na atenção dada à pessoa com
deficiência.
A Educação Especial
no Brasil teve início no século XIX a partir da preocupação em
oferecer atendimento a pessoas com deficiência. Assim, surgiu o interesse na criação
de instituições educacionais direcionadas a essas pessoas.
No texto da linha do
tempo mostra os principais marcos da inclusão. A Educação Especial no
Brasil é marcada por dois períodos distintos, segundo Bernardes (2006):
De 1854 a 1956 –
Período marcado por iniciativas oficiais e particulares
de maneira isolada.
Surgimento do Imperial Instituto dos Meninos Cegos e o Imperial
Instituto dos Meninos
Surdos, atual Instituto Benjamin Constant e Instituto Nacional de Educação para
Surdos, respectivamente; De 1956 até a
atualidade – Educação Especial é caracterizada por iniciativas públicas
em âmbito nacional.
Nesse contexto
evolutivo, é relevante ressaltar que a educação
especial está em
contínua construção e abrange o conceito de modelos de
integração e inclusão
educacional. De fato, é importante esclarecer que integração
não é o mesmo que
inclusão (Texto Integração X Inclusão p.1)
Conforme o texto:
Inclusão e Escolas Inclusivas “O princípio da
inclusão aponta para
uma pedagogia equilibrada, entendendo que as diferenças
humanas são normais e
que a aprendizagem deve ajustar-se às necessidades de
cada aluno,
diferentemente da concepção do modelo integracionista em que os
alunos deveriam
adaptar-se ao ritmo imposto pelo processo educativo. A inclusão no
contexto educacional
implica a não exclusão de qualquer aluno da comunidade
escolar e, para
tanto, a escola necessita seguir uma política estruturada sobre
princípios da
Educação Inclusiva, construindo cultura, políticas e práticas que
valorizam a
contribuição ativa de cada aluno, para a construção de conhecimento
colaborativo e
compartilhado, atingindo a qualidade acadêmica e sociocultural sem
discriminação ou
distinções. Logo, o conceito de integração já pode ser considerado
ultrapassado, abrindo
espaço para a atual proposta de Educação Inclusiva”.
“Escola inclusiva é,
aquela que garante a qualidade de ensino
educacional a cada um
de seus alunos, reconhecendo e respeitando a diversidade e
respondendo a cada um
de acordo com suas potencialidades e necessidades.
Assim, uma escola
somente poderá ser considerada inclusiva quando estiver
organizada para
favorecer a cada aluno, independentemente de etnia, sexo, idade,
deficiência, condição
social ou qualquer outra situação. Um ensino significativo, é
aquele que garante o
acesso ao conjunto sistematizado de conhecimentos como
recursos a serem
mobilizados.” (BRASIL, 2004).
A escola que adota
uma postura inclusiva, segundo Sassaki, (2007) é
aquela que
providencia as medidas de acessibilidade em suas seis dimensões:
Acessibilidade
comunicacional, acessibilidade metodológica, acessibilidade
instrumental,
acessibilidade programática, acessibilidade atitudinal e acessibilidade
arquitetônica.
Com este curso ficou
claro quem é o público-alvo da Educação
Especial na
perspectiva da Educação Inclusiva. São pessoas com deficiências que
se enquadram nas
seguintes categorias: física, auditiva, visual, intelectual e múltipla.
Pessoas com
Transtorno Global do Desenvolvimento, enquadram-se aqui, alunos
com: Autismo,
Síndrome de Asperger, Síndrome de Rett, Transtorno Desintegrativo
da Infância,
Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação e
pessoas com Altas
Habilidades/Superdotação são aqueles que demonstram
potencial elevado em
qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas:
intelectual,
acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. Também apresentam
elevada criatividade,
grande envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas
em áreas de seu
interesse (BRASIL, 2008).
No nosso dia a dia
temos contato com muitas pessoas deste público
alvo. Como estamos
vivendo uma política de educação inclusiva, acredita-se que
nossas escolas
precisam passar pelas reformas de acessibilidade tendo condições
de trabalho e todos
os profissionais deverão ter formação continuada para que
realmente aconteça a verdadeira
inclusão.
2-
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
Para
desenvolver este projeto escolhemos a Escola de Educação
Básica
Sara Castelhano Kleinkauf, localizada no Município de Guaraciaba, Santa
Catarina
onde estuda o aluno Andrey escolhido para o estudo de caso. A escola
atende
754 alunos do Ensino Fundamental e Médio. Desses, 9 alunos que se
enquadram
no perfil de público alvo da Educação Especial na Perspectiva da
Educação
Inclusiva.
Analisando
a escola a partir das seis dimensões, apontamos algumas
situações
que favorecem a acessibilidade como: Banheiro adaptado, rampa,
corrimão,
bebedouro acessível, lupa, lâmpada, letra ampliada, contraste.
Para
atender a proposta de uma escola inclusiva sem barreiras de acordo
com o
texto Acessibilidade na Escola para Todos, a escola que o aluno
frequenta
atende no quesito Acessibilidade Comunicacional. Quanto à
Acessibilidade
Metodológica o aluno é acompanhado por um segundo
professor
na sala de aula de ensino regular. Na dimensão de acessibilidade
instrumental
também é atendido com os equipamentos necessários de
acordo
com suas necessidades. Na Acessibilidade Programática a Escola
procura
atender no que é possível mas terá de adequar-se as exigências.
Na
Acessibilidade Atitudinal o aluno frequenta uma turma de ensino regular
onde tem
boa integração com seus colegas. No que se refere a
Acessibilidade
Arquitetônica a escola está se adequando à legislação
gradativamente.
O aluno escolhido para o estudo de caso, tem 16 anos. Está
frequentando
a 1ª série do Ensino Médio com
deficiência
de baixa visão, em grau elevado causada por uma doença progressiva.
No Laudo
Médico o aluno apresenta
retinose
pigmentar, que é uma doença hereditária e que causa degeneração
da
retina. Quanto aos indícios relacionados à deficiência visual do aluno
estudado,
conforme Vanderheiden e Vanderheiden (1992), “a deficiência
visual
abrange as pessoas que possuem desde visão fraca (ou baixa visão),
passando
por aquelas que conseguem distinguir luzes, mas não formas, até aquelas
que não
conseguem distinguir sequer a luz”. Para fins de
discussão
ou didáticos o aluno observado possui visão subnormal.
Os
profissionais envolvidos são o professor do SAEDE – Serviço de
Atendimento
Educacional Especializado (que no Estado de Santa Catarina
usa o
termo correlato à Sala de Recursos Multifuncional. A sala de recursos
multifuncional
é um espaço físico localizado na escola pública de educação
básica.
Destina-se ao Atendimento Educacional Especializado – AEE, que é
realizado
em turno oposto ao da sala de aula, e tem como público - alvo os
alunos da
educação especial na perspectiva da Educação Inclusiva) e
segundo
professor. Conversando com a direção da escola, nos colocou que tem
pouca participação
da família nesse processo de inclusão escolar, família humilde
e a mãe
também com baixa visão. Quanto as dificuldades/limitações, o aluno, diz
que a
escola deveria ser mais organizada no sentido de ter mais recursos adaptados
de
Tecnologia Assistiva para poder se locomover autonomamente. Não ter tantos
obstáculos
no ambiente interno da escola. Potencialidades: O aluno tem boa
memória é
comunicativo e tem habilidades para dança e música. Quanto aos
Recursos
de Tecnologia Assistiva e/ou adaptações sugere-se incentivar o uso de
bengala,
construir maquete com a planta baixa da escola para ele ter noção do
espaço e
para conseguir se orientar e se locomover sozinho pela escola, produzir
materiais
em braile e adaptar o conteúdo das aulas para facilitar seu processo de
ensino
aprendizagem, utilizar os recursos Máquina Braille e alfabeto Braille, utilizar
os
recursos de informática e o leitor de tela NVDA para incentivar e facilitar seu
aprendizado.
Leitor de tela NVDA (acrônimo para NonVisual Desktop Access): é um
leitor de
tela para o sistema operacional Microsoft Windows desenvolvido pela NV
Access,
uma organização australiana sem fins lucrativos. Trata-se de um software
livre com
código aberto que disponibiliza síntese de voz em diversos idiomas. Uma
característica
interessante desse leitor é o fato dele possuir uma versão para
viagem,
que pode ser executada a partir de um pen drive, sem haver necessidade
de
instalar o programa no computador. Para conhecer mais sobre o projeto, ou fazer
o
download do NVDA, basta acessar o seguinte endereço: http://www.nvdaproject.
org/
Na sala
de “Serviço de Atendimento Educacional Especializado”, o
aluno
utiliza material pedagógico adaptado conforme suas necessidades (textos em
Braille,
textos ampliados, figuras em alto relevo, imagens, objetos, jogos educativos
e
lúdicos, lupa, lupa eletrônica e outros). Os materiais disponibilizados são
adequados
às necessidades dos educandos, Alguns são confeccionados por eles
mesmos e
outros que a sala disponibiliza, acreditamos que quando são usados os
mesmos
com objetivos e intencionalidade, com certeza promovem uma
aprendizagem
significativa.
A
professora do SAEDE diz que está enfrentando desafios e busca
integrar
softwares educativos aos conteúdos como alternativa no processo de ensino
e
aprendizagem, adaptando e buscando atender as necessidades dos educandos.
“Percebe-se
que é necessário maior formação, capacitação para poder de fato
integrar
com mais qualidade esses novos recursos na educação”(declaração da
professora).
“Estamos
caminhando em passos lentos, se compararmos aos
avanços
tecnológicos na sociedade. Quanto a tecnologia assistiva, na medida do
possível
buscamos fornecer materiais didáticos digitais, com notebook, computador,
lupa
eletrônica, entre outros. O aluno demonstra certa dificuldade em relação a
letra
e
visualização do espaço na tela, também a família não possui recursos para
adquirir
certas ferramentas eletrônicas que poderiam auxiliá-lo. Outra dificuldade é
conexão
lenta da internet. Acredito que ainda temos muito a avançar nesse sentido,
devemos
aprender e dominar as tecnologias para poder integrá-las ao currículo e no
ensino
aprendizagem, despertando no aluno o interesse pelo conhecimento
científico”(declaração
da professora) . Obs.: O grupo ratifica a declaração da
professora.
Em toda e
qualquer área do conhecimento, é visível a importância de
termos
acesso a recursos pedagógicos acessíveis e adaptados conforme as
necessidades
dos educandos. Além desses recursos que o aluno já utiliza poderia
ser
indicado: teclado Braille, teclado adaptado, impressora Braille, novos
softwares,
gravador de voz,
etc.
3 CONSIDERAÇÕES
FINAIS
O Uso Pedagógico
dos Recursos de Tecnologia Assistiva que
nomina o presente
curso, intitula o que nos foi apresentado em forma de materiais
digitalizados,
interação entre os colegas e tutores do estudo que estamos a concluir.
Importante para o
conhecimento, compreensão e aprofundamento
deste tema, porque
permitiu-nos conhecer melhor sobre a Educação Inclusiva.
A interação com os
conteúdos disponibilizados no ambiente
contribuíram para
conhecer e refletir sobre a temática da inclusão escolar, o público alvo,
os produtos, recursos
e serviços da Tecnologia Assistiva (TA) e das
Tecnologias de
Informação e Comunicação(TIC). Ressaltamos a importância que foi
participar e
acompanhar os depoimentos dos colegas nos fóruns através dos seus
relatos de
experiências.
De acordo com as
falas apresentadas, observa-se que existe a
consciência de que
para efetivar realmente o processo de inclusão é necessário que
não só o aluno com
deficiência seja incluído, mas que a escola esteja preparada,
não só com a
estrutura física, mas em materiais e recursos pedagógicos adequados.
É preciso também que
o professor esteja disposto a receber esse aluno com as suas
particularidades, e
busque os recursos de TA necessários, que em muitas vezes,
estão a seu alcance.
Observa-se que ainda há muito que se fazer para que o aluno
com deficiência seja
realmente incluído na escola regular, contudo percebemos o
avanço da tecnologia
cada vez mais rápido, e com ela a necessidade de os
professores se
inserirem nesse novo contexto, trazendo o uso das TICs nas práticas
pedagógicas e os
recursos de acessibilidade devem ser utilizados na sua correta
aplicação em alunos
com necessidades especiais, respeitando as diferenças e a
realidade de todos os
envolvidos.
4
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Projeto
Escola Viva - cartilha 01:
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/cartilha01.pdf
Secretaria de Educação
Continuada,
Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI):
http://portal.mec.gov.br/index.phpoption=com_content&view=article&id=290&Itemid=
816 A
Educação no Brasil: da Exclusão à Inclusão Escolar:
https://moodle.ifrs.edu.br/course/view.php?id=16§ion=2
http://www.pedagogiaaopedaletra.com.br/posts/a-educacao-no-brasil-da-exclusao-ainclusaoescolar/
As
Primeiras Ações e Organizações Voltadas para as Pessoas com Deficiência:
http://www.bengalalegal.com/asprimeiras-historia-pcd
BERNARDES,
A. O. Da integração à inclusão, novo paradigma. Revista Educação
Pública,
2006. Disponível em: . Acesso em: maio
2013.https://moodle.ifrs.edu.br/mod/resource/view.php?id=897
SASSAKI,
R. K. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro:
WVA,
1997.
BRASIL.
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Política
Nacional
de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília:
MEC/SEESP,
2008.https://moodle.ifrs.edu.br/mod/resource/view.php?id=932
05_Conhecendo
a Deficiência visual.pdf
VANDERHEIDEN,
Gregg C.; VANDERHEIDEN, Katherine, R. Accessible design of
consumer
products. Guidlines for the design of consumer products to increase their
acessibility
to the people with disabilities or who are aging. Ad-Hoc Industry
Consumer.
University of Wisconsin, Madison, USA, 1991.